
Passaram pelo meu nome e eu era um número – menos que a folha seca de um herbário. Colheram-no com mãos de zelo e gelo; escreveram-no, sem mágoa, num postal. Convite a que morresse... mas por quê? (Soldado)
Estava ali, naquele cais de embarque. E tu do outro lado da grade. Eu vestida de cerimónia - vestida de celebração... E tu de farda, de calça vincada e de casaco marcado à cintura. E uma grade a separar-nos - depois um mar imenso entre nós. Que nos separou para sempre. (Noiva)
E por vezes as noites duram meses. E por vezes os meses oceanos. E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos. E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos. E por vezes fingimos que lembramos.
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