28/01/12

'Hamlet & Ofélia' nos Recreios da Amadora




3 e 4 Fevereiro | sexta e sábado | 21h30



Recreios da Amadora:
Av. Santos Mattos, 2
Amadora
(ao lado da Estação CP Amadora)

Como chegar -> google maps


INFOS E RESERVAS
teatropassagemdenivel@gmail.com
914 497 037

"Todas as estórias podem ser contadas de outra forma. Nós devíamos ter morrido ao amanhecer, num regato, rodeados de flores – ou na lâmina de um veneno. O nosso fa[r]do. Mas o trôpego destino não adivinhou que tu me salvarias. E que eu te salvaria. Reescrevemos a nossa estória, deixando o passado para trás. Longe de todas as promessas de vingança. Longe da cobardia de ter mais palavras que acções. Nos devaneios de um rei-ainda-por-ser que ambicionava ser homem,descobriu-se uma mulher a querer ser estrela.
Agora, refugiados num quarto de uma pensão abandonada pela sorte, não nos resistimos: tomaste-me para ti, guardámos pedaços [que doíam] um do outro, conquistaste-me. Sem mais nada, vivemos como fumamos, a meias. Alimentamos de favores a barriga e de vergonha a alma. Cansados de fugas e adiamentos. Fartos de correr entre tiros e explosões. Estamos estafados – vogando entre o sono e o delírio.
Nascemos não para abraçar um reino de homens e lugares, mas para hesitar e acorrentarmo-nos a uma ilusão – compassada a dois. [Já] não somos príncipes. Somos [esta] Ofélia e [este] Hamlet. Temo-nos de chegar um ao outro. Por amor ou loucura, aqui estamos. Sou tua. E sou teu. Amo-te. Odiei-te. Perdoo-te. Aguardemos em silêncio. Abraçados. Enleados. Valeu a pena a vida ser vivida. Sem dúvida[s]."

Este projecto nasce da vontade de dois actores do elenco do Teatro Passagem de Nível poderem trabalhar juntos. Não como encenador e actriz (como já o tinham feito). Mas sim, num espectáculo em que a partilha e as decisões fossem totalmente a dois – talvez mesmo de forma umbilical.

Partindo da ideia que as personagens Hamlet e Ofélia (personagens icónicas do textro dramático Hamlet, uma das obras maiores do universo de William Shakespeare) podem ter uma existência mais moderna e reflexo de dúvidas e ansiedades de qualquer um de nós, é possível tirar estas figuras do seu contexto inicial, dar-lhes uma nova estória – um novo destino? Uma vida recontada e que seja fruto do seu passado por demais conhecido, mas em que podemos contribuir com as nossas experiências pessoais e colectivas.

Um palco vazio, fechado a negro – paredes de um quarto de pensão onde toda a acção decorre. Aqui e ali, uma cama ou um antigo lavatório, uma cadeira – e dois corpos. Uma plateia reduzida e “presa” no espaço de representação. Para que cada espectador esteja à distância de uma palavra, de um olhar, de uma reacção.

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